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Sol de Mar​ç​o

by MEDEIROS/LUCAS

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    Sol de Março é o terceiro capítulo de uma triologia musical imaginada por Medeiros e Lucas, e iniciada em Mar Aberto (2015) e Terra do Corpo (2016). Sentimento - Corpo - Razão. Mar - Terra - Luz. Três vértices inseparáveis de um triângulo em constante mutação. Este disco conta novamente com letras do escritor João Pedro Porto e é o trabalho mais luminoso da banda. Em doze canções seguimos os vórtices mentais de Elena Poena, um personagem em corriqueiro desespero com as voltas do mundo.

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    Sol de Março é o terceiro capítulo de uma triologia musical imaginada por Medeiros e Lucas, e iniciada em Mar Aberto (2015) e Terra do Corpo (2016). Sentimento - Corpo - Razão. Mar - Terra - Luz. Três vértices inseparáveis de um triângulo em constante mutação. Este disco conta novamente com letras do escritor João Pedro Porto e é o trabalho mais luminoso da banda. Em doze canções seguimos os vórtices mentais de Elena Poena, um personagem em corriqueiro desespero com as voltas do mundo.

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1.
Lampejo 04:31
Ver, quero ver Não me tomes pelo braço Ver, deixa-me ver A feira franca da verdade Ver, quero ver Tudo visto num lampejo Oh quanto dilema tem o cego que no cerro ganhou um olho que só veria por uma vez que só veria por uma vez Ter, quero ter Não evites embaraço Ter, quero ter A visão monda da idade
Ter, quero ter Tudo tido num desejo Oh quanto dilema tem o cego que no cerro ganhou um olho que só veria por uma vez que só veria por uma vez Ver, quero ver…
2.
Podre Poder 04:35
Fugir fugir Da morte, Essa parvoíce pintada de preto Essa promessa sem palavra Essa partida parando a parar 
 É viver viver O mote Desse pacto pobre e proibido Desse poder e prudência Dessa paz no porto da paciência 
 Perde mais o olhar que prende É ele podre poder Mais se toma de um lampejo Dum trago tudo sorver Pouco mais se quer de um olhar Que pôr bem claro um querer Pouco mais se pode de um olhar Que pôr clara a ânsia de ver Sentir sentir Alento Essa prata de um aço puído Esse pio perdido e pousado Esse vento posto para o passado 
 É fazer fazer Capote Desse pranto pardo da partida Desse padroeiro sem padrinho Desse patriota sem um país Lavrar lavrar A alma Plantar as pérolas e as piónias Prometer as pontes e plenitudes Procurar palavra sem pudor 
 É arder arder Archote Proibir paragem e pactuário Pagamento parco ou palpite Perguntar ao sonho pelo limite
3.
O ruído também se colhe Em sortidas cores e safras Crescido alto nos estames Fornido, tomado às lavras E se o silêncio é escuridão Treva posta pela calada Ruído é luciluzão Visão incerta e alucinada O ruído também se tolhe Quando marchamos pelas praças Perdido fino para os gravames Estampido cortado às lascas E se o silêncio é ilusão Fumo posto pela calçada O ruído é intrusão Visão coberta e inquinada (trigo-vime, tom de silêncio) É que o ruído não colhido (trigo-vime, tom de silêncio) È som tolhido e mal ouvido O ruído também se escolhe Ao invés do aconchego Muro alto de arames Erguido, sem as palavras E se o silêncio é perdição Vazio posto por uma estrada O ruído é distração Visão turva e alapada O ruído também se acolhe Como à dor dadas as graças Revivido nos queixumes Corrompido de ameaças E se o silêncio é conclusão Final posto numa caçada O ruído é oclusão Visão inverta e alienada (trigo-vime, tom de silêncio) É que o ruído não colhido (trigo-vime, tom de silêncio) È som tolhido e mal ouvido
4.
Acende-se a luz Que mais com ela fazer Desatá-la em demais fios Desfiá-la em desafios E atá-la à maré cheia Lua nova ou lua meia P’ra que não baixe nunca Dar-lhe brecha, uma demanda Por onde passe e encandeie Quem sabe, ardida, incendeie Ou vá para outra banda Restaurar o corpo inteiro Espraiar-se pelo centro Ficar-se por um dentro Feita eixo, fuso ou veio
 Vê-la entrar e subir vãos Recortar em linha recta Desunir cegueira certa Mostrar onde pôr as mãos Deixá-la desaparecer E romper-lhe o regresso Sumida, ida ao avesso E com isso escurecer
5.
Os Pássaros 03:01
Essa sombra tão bem posta Umbra feita de mulher Baila desnuda e bem sabida De tudo quanto quer Essa sombra ambiciosa Farpa da noite ao alvor Baila airosa e convencida Da perda do pudor E a cisma continua, Turva, bruta a teimar, De que é o enlaçar da ave Que nos deixará voar Mas os pássaros chalreados todos cegos de vendafaixa não lhe falam de candor esses presos, na sobre-saia não lhe cantam de candor Essa magra endiabrada Esse brinde de mulher Baila ciosa e bem vestida De tudo quanto quer Essa maga desdobrada Em feitiços de furor Baila até se ver quebrada Parco lume sem fulgor E a chama seminua, Frágua bamba sem queimar, Não é fagulha desprendida Não é ave a esvoaçar Mas os pássaros chalreados todos cegos de vendafaixa não lhe falam de candor esses presos, na sobre-saia não lhe cantam de candor
6.
Elena Poena 03:37
Elena Poena Era avara e cobiçosa E ciosa de roubar Primeiro o fogo, depois logo Enredo posto a rolar Elena Poena Era ávida manicurta E cainha de enrolar Seus: a pedra e o castigo Coisas feitas de tramar Elena Poena Mirrada endiabrada E travessa de assanhar Três: trinca, unha e dente Trio feito de enterrar Houve um dia, houve um dia Em que a pedra se quedou Houve um dia, houve um dia Em que a pedra lhe parou Houve um dia, houve um dia Que se quebrou o que lhe havia Houve um dia, houve um dia Que partiu monotonia Elena Poena Era pícara e ardilosa E birrenta de cismar Duas: a teima e a turra Brio feito exagerar Elena Poena Era ufana e tufada E delambida a atiçar Dois: a graça e o encanto Coisas feitas para usar Elena Poena Era parca e minguada E com fome de atar Três: corda, cabo e amarra Coisas feitas para usar "Elena Poena trepaba montaña arriba y abajo, tranquila, empujando su piedra. Hasta que un dia la piedra se paró Y Elena, en su desconcierto, continuó rolando sola Y sólo rolando se sintió libre como la piedra Y en su perdición, empezó a bailar."
7.
encontrou-se: Mulher perdida, curou-se: Aquela enferma libertou-se: Pela canela finou-se: Nossa Poena limpou-se:mão mordida tragou-se: Aquela calda olhou-se: ao passado amou-se: Nossa Poena Se, se, se A liberdade desse cura de ser perdeu-se: mulher achada achacou-se: Aquela sarada prendeu-se: Pela canela viveu: nossa Poena sujou-se: mão polida lançou-se: Aquele choro cegou-se: um futuro morreu: nossa Poena Se, se, se A liberdade desse cura de ser
8.
O Trapezista 03:44
À partida, é difícil de explicar Mas é coisa sabida à chegada Ainda que isso seja no fim A saída sem haver entrada 
 E no canto está quem quer Em espaço aberto, a olhar o céu Na praça um único homem Que quer um canto seu E roda e roda E voa e cai E roda e roda E voa e cai Todavia é difícil de explicar Mas é coisa sabida assim: Que quem diz querer a queda Não deseja sempre o fim E no alto está quem quer Chão seguro, sem vertigem E na base, o único homem Que ao alto se prometeu E roda e roda E voa e cai E roda e roda E voa e cai
9.
Galgar 04:03
Rombos nas portas Frinchas nos tectos A brecha pela parede Feito roto de acinte Galga tudo de freio nos dentes, Interessa pouco o que se ganhe tampouco o que se enfrente Bombos às portas Ferros sem notas Toada sem o revede Feito pronto de ouvinte Galga tudo aquilo que sente Interessa pouco o que s´apanhe Tampouco o que se tente Nenhum pedinte de nada Só desapego e galgada Sente-se a leiva na veia Sangue posto no peito Tombos às sotas Trotes querendo Galope pela calada Feito fogo urgente Galga tudo aquilo que entende Interessa pouco onde se chegue Tampouco o que se pene Rombo na porta Um bombo sem nota A brecha, o ferro e os trotes Feito raio de acinte Galga tudo de rédea ardente Interessa pouco ou quase nada Todo o que não se enfrente Nenhum pedinte de nada Só desapego e galgada Sente-se a leiva na veia Sangue posto no peito
10.
Vento que move cega se na fronte Sonho feito furado é correntio Veloz caído vê-se muito parado Rútilo sol de Março faz arrepio A razão tem razão de ser Mas sê-lo não é dócil regra Vulgo é binómio sinuoso E a ignorância, coisa certa Faz-se bem-aventurança Sofre-se maquinalmente Ora o passado alcança e prende Ora o passado alcança e prende Vento que cega some-se na fronte Sonho feito parado é doentio Voz perdida faz um certo calado Rútilo sol de Março faz arrepio O perdão tem razão de ser Mas só depois uma sentença Vulgo é o indulto tortuoso E do rancor não se liberta Faz-se bem-aventurança Sofre-se maquinalmente Ora o passado alcança e prende Ora o passado alcança e prende
11.
As Calendas 04:35
Entre a púa e a raíz Há tanto que cair Das calendas aos idos Há tanto que cair Há tanto que cair Há tanto que Há tanto Há Há que ter a leve esperança que a queda faz a sua dança Entre o cume e o calvário Há muito que ruir Das calendas aos findos Há muito que ruir Há muito que ruir Há muito que Há muito Há É no encanto dessa dança que a queda se amansa Entre o todo e o triz Há tanto que agir Das calendas aos idos Há tanto que agir Há tanto que agir Há tanto que Há tanto Há Há que ter a leve esperança que a queda faz a sua dança É no encanto dessa dança que a queda se amansa
12.
É um salto dado ao alto De um ramo sem saber Se ele parte ou aguenta Se nos basta um querer É um salto dado ao alto Longe de um certo chão Sem qualquer desconfiança Uma só hesitação É um salto dado ao alto Pela cordilheira ausente Pelo morro imponderável Para aquilo que se sente É um salto dado ao alto Mergulhando sem saber Esboçar num voo volátil Queda feita sem sofrer É um salto dado ao alto De um só sonho sem medo De voltar sem ver a vista De um regresso feito cedo É um salto dado ao alto Sem querer voltar a chão Sem vontade de regresso Ou medo de antemão É um salto dado ao alto O corpo lançado à mão Nem corda nem amarra É subir sem mosquetão É um salto dado ao alto Sem saltar para nenhum lado É só querer, é só um acto Destino, sina, sorte ou fado É um salto dado ao alto Amar sem desilusão Viver sem ver a morte Preparado de antemão É um salto dado ao alto O regresso à inocência De um ramo para o outro Sem uma só referência É um salto dado ao alto De uma torre de ilusão Campanário da quimera Faz-de-conta ou ficção É um salto dado ao alto Um esforço, uma façanha Sem a escolha ou o retorno Tombado sem varanda É um salto dado ao alto Feito sem gravidade Perícia inútil ou traquejo Jogo sem qualquer idade É um salto dado ao alto Sem saber de direcção Nenhum norte, só um sol Mise-en-scène, encenação É um salto dado ao alto Querendo sem tudo crer Mas ter fé que aconteça Feito apenas de um saber É um salto dado ao alto Sem querer voltar ao chão Uma vontade de furar De escapar à escuridão

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Sol de Março é o terceiro capítulo de uma triologia musical imaginada por Medeiros e Lucas, e iniciada em Mar Aberto (2015) e Terra do Corpo (2016). Sentimento - Corpo - Razão. Mar - Terra - Luz. Três vértices inseparáveis de um triângulo em constante mutação. Este disco conta novamente com letras do escritor João Pedro Porto e é o trabalho mais luminoso da banda. Em doze canções seguimos os vórtices mentais de Elena Poena, um personagem em corriqueiro desespero com as voltas do mundo.

credits

released March 15, 2017

Released by Lovers & Lollypops (2018)
Recorded and Mixed by Eduardo Vinhas at Golden Pony, Lisbon, 2017
Mastered by Harris Newman at Grey Market Mastering
Lyrics by João Pedro Porto
Composed and produced by Pedro Lucas
Musicians: Carlos Medeiros, Pedro Lucas, Augusto Macedo, Ian Carlo Mendoza, Rui Souza, Gonçalo Santos, Antoine Gilleron, Tine Grgurevic, João Hasselberg
Cover by Tiago Bom and artwork by Sérgio Couto

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MEDEIROS/LUCAS Azores, Portugal

Carlos Medeiros e Pedro Lucas são dois açorianos separados por 30 anos. Ao longo de 3 discos juntaram uma família de músicos e artistas de outras penas para concretizar a sua forma particular de cantar a língua portuguesa.

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